Caminhada mais profunda...

"corro até o universo e arremesso-me na consciência infinita,
Em frios de silêncio,
foge o som, de minha voz
atira-se ao solo o sonho,
há uma pequena solidão nos murais da inconsciência,
resto de uma memórias fragilizada,
o universo joga-se nas minhas mãos,
a dor é um timbre intimamente cintilante,
a memória corta o meu fôlego,
finitude de ilusões desencontradas,
sangra meu peito em um ultimo folego de vida,
o chão dialoga com minhas lágrimas,
cosmológica visão em queda,
desfiladeiro,encostas que nos encontramos,
ruas noturnas, em ventos gelados e tristes...
fragmento de poça em contato em meu rosto...
improváveis delírios cinzentos,
a poesia hoje tem gosto de deserto petrificado,
dias em que são desintegradas á minha alma,
as palavras gemem no absoluto e escuro mundo...
que uma poesia esta em total deslinhamento
e abre uma cratera no meu suspiro,
Talvez o último...

levando a escavação do meu sonho,e levando tudo embora...
deixando tudo no escuro e no vazio novamente...
meus passos em coma se tatuam de madrugadas,nas pedras em que tudo machado estarão...
eu olho para o céu e vejo as camadas em preto e branco...
áh um êxtase em estar correndo,sem nunca fugir ou sair do lugar...
eu tenho a chave que irá trancar o mundo para fora,
debato-me na luz solar como se fosse a espatifação
colidora do meu fim lentamente vertiginoso,
o caos me rouba um longo e imperceptível lagrimejar,
o que sufoca?

e uma lágrima que tema em cair mas nunca vem
apenas se anuncia a todo o momento...
como se as músicas intermináveis fosse tocada para me acalentar
cada segundo é uma profundidade,
onde despenco e a minha alma existência ate o fundo,
procuro por um vento,
que possa tocar minha face,e secar minhas lagrimas...
cada procura por si só é um labirinto,
tudo num súbito olhar interno e tudo ferido."