sábado, 1 de maio de 2010

Realidade ...



A realidade sempre foi mais fria que o sonho e as cores fortes da ilusão.
As cores com que embelezei a tua pele, vesti o teu corpo.
Recriei-te em mim e em mim não podias jamais ser outro
que não o homem mistério-eternidade.
O menino pertença-abismo.
Do teu sorriso recriei um arco-íris.
Das tuas mãos recriei todo um abrigo.
O espaço onde escondi todos os meus segredos
e evidências. De ti renasci e morri todas as noites
e todos os dias, marcada pela doença e pela intensidade
das emoções. E o tempo deixou de ser tempo.
E a terra deixou de ser terra.
E o dia nasceu em que os meus olhos se enchiam de tristezas.
Em que os segredos te brotaram das impaciências
Ele, que perfurou a ilusão com que te vesti e eras tão tu,
ali,
O coração estilhaçou-se em mil pedaços, a tua voz
á surrurar,
E o meu coração estilhaçado, sangrando e sozinho
Dele também, estilhaçado. E a alma acordou...
como quem acorda de um sonho demasiadamente longo,
a alma acordou, segurou o coração estilhaçado e eu entreguei-me
a Ele. E com os seus olhos tudo o que vi foi o vazio.
A realidade sempre foi mais fria que o sonho e as cores fortes.
Da ilusão de não ter você mais aqui.

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