quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um dia Partirei...

Um dia eu descançarei...e um dia partirei...
nas asas da tempestade, num voo livre
de ternura e de saudade…

Um dia, num qualquer tempo fim de tarde …
…voarei em poeiras cintilantes,
em asas incandescente de papoilas,
e deste tempo, eu descançarei...
deste mundo em que te amei ao infinito,
nada levarei comigo,
que não seja, o espaço vazio...
repleto e tão profundo, no abismo
de gestos esboçados,
de afagos nunca dados,
que apenas as mãos os imaginaram…

Um dia, num qualquer dia fim de tarde,
na balaustrada desta cidade,
dobrarão sinos por mim …

A avenida, recoberta de lilases,
falará de nós aos ouvidos dos passantes,
e no ensombro dos plátanos alinhados
os meus olhos de águia, dormirão por fim,
em ninhos inacabados,
cerzidos de filigrana e alecrim.

Quedar-se-ão no aconchego supremo
dos teus braços imaginados,
onde, a cada dia,
a cada tíbia madrugada,
e a cada ardente pôr-do-sol,

Descançarei...

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